No vasto campo da psicologia, o behaviorismo se destaca por sua abordagem focada no comportamento observável e nas influências ambientais. Para compreendermos plenamente essa perspectiva, é crucial explorar como o behaviorismo lida com diferentes tipos de eventos: públicos, privados, fictícios e naturais.
Este artigo busca desmistificar esses conceitos, oferecendo exemplos práticos e ideias behavioristas para uma compreensão mais profunda. Ademais, utilizamos o livro “Compreender o Behaviorismo” de Baum.
O Que é Behaviorismo?
O behaviorismo, em sua essência, é uma filosofia da ciência que busca explicar o comportamento através de princípios como condicionamento, reforço e punição. Ao contrário de abordagens que enfatizam processos mentais internos, o behaviorismo concentra-se em eventos observáveis e mensuráveis.
“O behaviorismo não é propriamente uma ciência, mas uma filosofia da ciência. Como filosofia do comportamento, entretanto, aborda tópicos que muito prezamos e que nos tocam de perto: por que fazemos o que fazemos, e o que devemos e não devemos fazer.” – Compreender o Behaviorismo, Baum
Eventos Públicos: O Observável e Compartilhável

Eventos públicos são aqueles que podem ser observados e relatados por mais de uma pessoa. A objetividade é uma característica central desses eventos, permitindo que múltiplos observadores confirmem sua ocorrência.
Exemplos:
Um show de rock
Um acidente de carro
Um discurso político
“Eventos públicos são eventos que podem ser relatados por mais de uma pessoa… Sendo um conjunto de ideias sobre essa ciência chamada de análise comportamental, e não a ciência em si, o behaviorismo não é propriamente uma ciência, mas uma filosofia da ciência.” – Compreender o Behaviorismo, Baum
Eventos Privados: A Experiência Subjetiva

Eventos privados são fenômenos que ocorrem dentro do indivíduo e, portanto, são acessíveis apenas a ele. Pensamentos, sentimentos e sensações são exemplos típicos. Embora não diretamente observáveis, o behaviorismo radical não os ignora, mas busca compreendê-los como comportamentos que ocorrem “sob a pele”. Ou eventos que podem ser relatados apenas por uma única pessoa.
Exemplos:
Sentir dor de cabeça
Ter um pensamento
Experimentar uma emoção
“Eventos privados e públicos são ambos eventos naturais… Alguns psicólogos do século XIX sentiam-se pouco à vontade com a introspecção como método científico. Ela parecia muito pouco confiável, muito vulnerável a distorções pessoais, muito subjetiva.” – Compreender o Behaviorismo, Baum
Eventos Naturais: O Domínio da Ciência

Eventos naturais são aqueles que podem ser explicados por meio de leis e princípios científicos. Tanto eventos públicos quanto privados podem ser naturais, desde que sua ocorrência possa ser compreendida dentro de um quadro de referência científico.
Exemplos:
A digestão de alimentos
A formação de uma tempestade
A atividade cerebral durante o sono
“Todas as ciências – astronomia, física, química, biologia – tiveram sua origem na filosofia, e eventualmente se separaram dela… As ciências da astronomia e da física surgiram quando as pessoas começaram a tentar entender os objetos e fenômenos naturais por meio de sua observação.” – Compreender o Behaviorismo, Baum
Eventos Fictícios: Construções Mentais

Eventos fictícios são entidades ou processos que não têm base na realidade observável. No contexto do behaviorismo, conceitos como “mente”, “vontade” ou “livre-arbítrio” são frequentemente considerados fictícios, pois não podem ser verificados empiricamente.
Exemplos:
A alma
O inconsciente coletivo
O livre-arbítrio libertário
“O livre-arbítrio supõe um terceiro elemento além da hereditariedade e do ambiente, supõe algo dentro do indivíduo. Afirma que, apesar da herança e dos impactos ambientais, uma pessoa que se comporta de dada forma poderia ter escolhido comportar-se de outra maneira.” – Compreender o Behaviorismo, Baum
A Crítica ao Mentalismo
O behaviorismo radical critica o mentalismo, que se refere à tendência de explicar o comportamento com base em eventos fictícios ou processos mentais internos. Para o behaviorista, o mentalismo impede uma análise objetiva e científica do comportamento.
“A crítica behaviorista do mentalismo… exige que os behavioristas proponham explicações não-mentalistas do comportamento e soluções não-mentalistas para problemas sociais.” – Compreender o Behaviorismo, Baum
Implicações Práticas
Compreender a distinção entre eventos públicos, privados, naturais e fictícios é fundamental para aplicar os princípios do behaviorismo na vida cotidiana e em intervenções terapêuticas. Ao focar em comportamentos observáveis e nas influências ambientais, podemos desenvolver estratégias eficazes para promover mudanças positivas e melhorar a qualidade de vida.
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Conclusão
O behaviorismo oferece uma perspectiva valiosa para analisar o comportamento humano, enfatizando a importância de eventos observáveis e mensuráveis. Ao distinguir entre eventos públicos, privados, naturais e fictícios, o behaviorismo nos convida a adotar uma abordagem mais objetiva e científica para compreender a complexidade do comportamento humano.
Perguntas Frequentes
O que são Eventos Naturais?
Eventos naturais são aqueles que podem ser explicados por meio de leis e princípios científicos, abrangendo tanto eventos públicos quanto privados.
O que são Eventos Fictícios para o Behaviorismo?
Eventos fictícios são construções mentais sem base na realidade observável, como “mente” ou “livre-arbítrio”, que o behaviorismo critica como mentalismo.
Por que o Behaviorismo Critica o Mentalismo?
O mentalismo impede uma análise objetiva e científica do comportamento, recorrendo a entidades não verificáveis empiricamente.
Qual a Importância de Distinguir Esses Tipos de Eventos?
Essa distinção é crucial para aplicar os princípios do behaviorismo na vida cotidiana e em intervenções terapêuticas, focando em comportamentos observáveis e influências ambientais.