Introdução
Quem nunca assistiu Rapunzel? A clássica personagem dos contos de fadas da Disney, é conhecida por sua longa trança e pela sua falta de liberdade. Neste estudo de caso, analisaremos o comportamento de Rapunzel através das lentes da análise do comportamento, destacando como suas experiências moldam suas ações e decisões, bora nessa?
Contexto e Comportamentos Observados
O Nascimento e o Poder Mágico

Em um reino distante, nasceu uma princesa cujo destino estava entrelaçado com uma antiga magia. Seu nascimento foi precedido pela descoberta de uma flor mágica, cobiçada por uma bruxa ambiciosa chamada Gothel. Esta flor possuía o extraordinário poder de rejuvenescimento e cura, ativado através de uma canção especial.
Quando Rapunzel veio ao mundo, o poder da flor mágica se transferiu misteriosamente para seus cabelos dourados. Desde o primeiro fio que brotou em sua cabeça, Rapunzel herdou a capacidade de curar feridas e reverter o envelhecimento de qualquer pessoa que cantasse a melodia encantada enquanto tocava seus cabelos.
O Sequestro e o Confinamento
Gothel, consumida pela ganância e pelo desejo de imortalidade, não hesitou em sequestrar a pequena princesa. Sob o manto da noite, ela arrancou a jovem dos braços de seus pais reais e desapareceu na escuridão da floresta.
Para manter seu precioso segredo a salvo, Gothel construiu uma torre imponente e isolada no coração da floresta. Esta estrutura, desprovida de portas e escadas, erguia-se majestosamente em direção ao céu, com apenas uma janela solitária no topo como única conexão com o mundo exterior.
A Vida na Torre

Neste ambiente confinado, Rapunzel cresceu sob os cuidados vigilantes de Gothel, que se apresentava como sua “mãe”. A torre tornou-se o único mundo que Rapunzel conhecia – um microcosmo de paredes de pedra, móveis simples e uma vista panorâmica, mas distante, da natureza exuberante que a cercava.
A janela da torre era, para Rapunzel, uma moldura para seus sonhos e aspirações. Através dela, ela observava o céu em constante mudança, as árvores balançando ao vento e, ocasionalmente, pássaros voando livremente – uma liberdade que só existia em seus eventos privados.
Controle Comportamental e Isolamento
O ambiente controlado de Rapunzel era cuidadosamente manipulado por Gothel. A bruxa empregava técnicas de condicionamento comportamental para manter Rapunzel obediente e confinada:
Punição: Qualquer menção ou desejo expresso pela princesa de explorar o mundo exterior era severamente repreendido. Gothel usava táticas de intimidação emocional e ameaças para suprimir a curiosidade natural da jovem.
Reforço Positivo: Em contrapartida, a obediência da garota era recompensada com elogios, pequenos presentes e demonstrações de “amor maternal”. Gothel criou um sistema onde o comportamento submisso era consistentemente reforçado.
Isolamento Social: Além de Gothel, o único companheiro de Rapunzel era um pequeno camaleão. Esta falta de interação social adequada limitava severamente o desenvolvimento emocional e social de Rapunzel. Pois como não havia pessoas diferentes para interagir, se limitava ao que tinha em seu ambiente.
A Rotina
Os dias de Rapunzel seguiam uma rotina meticulosamente estruturada, preenchida com tarefas domésticas, leituras controladas e o cuidado constante com seus longos cabelos mágicos. Embora suas necessidades físicas fossem atendidas, seus anseios por liberdade e experiências além da torre existiam fortemente. Ao olhar pela janela, o ambiente admirado por seus olhos era encantador a ponto de desejar sair de lá mesmo com as punições de Gothel.
Curiosidade e Desejo de Exploração
Rapunzel demonstra uma forte motivação por explorar o mundo exterior, o que é um comportamento natural considerando seu isolamento prolongado e privação de liberdade.
Obediência Inicial: Inicialmente, ela segue as regras de Gotel sem questionar, um comportamento moldado por reforço negativo e punição.
Controle Aversivo
O controle que Gotel exerce sobre Rapunzel pode ser entendido através do conceito de controle aversivo, onde comportamentos são moldados pelo uso de punições ou por reforços negativos. Rapunzel obedece a Gotel para evitar punições, o que é um exemplo clássico de comportamento de esquiva.
Reforço Positivo e Negativo
Reforço Positivo: Quando Rapunzel finalmente desce da torre devido a um estímulo ambiental (a chegada de José Bezerra) e experimenta o mundo exterior, ela recebe reforços positivos na forma de novas experiências e interações sociais, que aumentam a probabilidade de ela buscar mais liberdade.
Reforço Negativo: A remoção do isolamento ao sair da torre serve como um reforço negativo, pois elimina o estado aversivo de confinamento.
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Condicionamento Respondente
Além disso, é possível notar respostas automáticas de medo de grama, pois como o mundo era entendido como um lugar ruim (graças ao controle aversivo de Gothel), Rapunzel não conhecia nada que fosse diferente de seu ambiente vivido.
Generalização respondente

Rapunzel aprende a associar certos estímulos com liberdade e felicidade. Por exemplo, a visão do céu estrelado ou o som da natureza podem servir como estímulos discriminativos que sinalizam oportunidades de reforço positivo.
Desenvolvimento da Autonomia
Com o tempo, Rapunzel começa a desenvolver autonomia, um processo que pode ser explicado pela extinção do controle aversivo de Gothel. À medida que Rapunzel se expõe mais ao mundo exterior, o controle da bruxa sobre ela enfraquece, permitindo que novos comportamentos emergentes, como a assertividade e a independência, se desenvolvam.
Conclusão
A história de Rapunzel ilustra como o ambiente e as contingências de reforço moldam o comportamento. Através da análise do comportamento, podemos entender melhor o processo de desenvolvimento da autonomia e os desafios enfrentados por aqueles que buscam liberdade em situações de controle aversivo. Este estudo de caso não apenas ilustra a jornada de Rapunzel, mas também oferece descobertas valiosos sobre a natureza da aprendizagem e da mudança comportamental na nossa vida cotidiana.