O behaviorismo, como uma escola de pensamento na psicologia, tem sido frequentemente criticado por sua abordagem considerada reducionista. A acusação é que ele minimiza complexidades intrínsecas da mente humana ao focar apenas no comportamento observável. Neste artigo, exploraremos algumas das críticas mais comuns direcionadas ao behaviorismo e forneceremos respostas detalhadas e práticas, usando argumentos embasados em autores como William Baum e B.F. Skinner.
Introdução ao Behaviorismo
Esta filosofia, introduzida por John B. Watson, no início do século XX, enfatiza a psicologia como uma ciência objetiva da observação de comportamentos. Diferente de outras abordagens que valorizaram experiências internas (i.e., psicanálise e psicologia humanista), o behaviorismo propôs que todos os comportamentos – tanto humanos quanto animais – podem ser explicados sem necessitar analisar estados mentais internos.
Principais Contribuintes:
John B. Watson: Considerado o pai desta filosofia, promoveu a ideia de que a psicologia deve focar apenas em comportamento observável e mensurável.
B.F. Skinner: Proponente do behaviorismo radical e criador do conceito de condicionamento operante.
Crítica 1: O Behaviorismo Ignora Processos Mentais Internos

Argumento Crítico: O behaviorismo não leva em consideração processos internos como pensamentos, emoções e intuições.
Resposta Behaviorista: A abordagem behaviorista não ignora processos internos, mas sim prioriza a objetividade científica. B.F. Skinner argumentou que pensamentos e emoções são comportamentos que ocorrem dentro da pele e que podem, com o tempo, vir a ser explicados através da análise científica direta e mensurável.
Crítica 2: O Behaviorismo é Determinista

Argumento Crítico: Ao argumentar que o comportamento é determinado por estímulos e consequências ambientais, o behaviorismo nega o livre arbítrio e a complexidade da agência humana.
Resposta Behaviorista: Nós consideramos o livre arbítrio como uma ilusão conveniente e argumentamos que a compreensão dos fatores determinantes do comportamento permite um maior controle sobre eles. Compreender as consequências de nossas ações nos ajuda a decidir de modo mais consciente e eficaz.
Crítica 3: O Behaviorismo é Reducionista Demais para a Terapia

Argumento Crítico: As terapias baseadas em princípios behavioristas são consideradas superficialmente eficazes, lidando com sintomas em vez de causas subjacentes de comportamento.
Resposta Behaviorista: É errôneo afirmar que, em um processo de terapia, o behaviorismo e a análise do comportamento são superficialmente eficazes, visto que há um abrangente campo científico lidando com questões experimentais do comportamento, que são capazes de comprovar cientificamente como o comportamento funciona. Além disso, o behaviorismo entende e afirma que todo comportamento possui uma causa, isso significa que podemos entender o comportamento alheio. Não é incrível que tenhamos como fazer uma análise funcional de um comportamento problemático e modificá-lo?
Crítica 4: O Behaviorismo Ignora o Contexto Biológico

Argumento crítico: O behaviorismo minimiza o papel da genética e da biologia no comportamento.
Resposta Behaviorista: Muito pelo contrário, nós adotamos uma visão científica do comportamento humano, e isto inclui compreender o papel da genética e da biologia. Entretanto, desconsideramos a ideia de que uma resposta gere outra. Por exemplo, é rejeitável a ideia de que alguém quebrou um celular porque estava com raiva, a raiva é uma resposta eliciada por um estímulo ambiental, e a ação de quebrar o celular não surgiu pela raiva, mas sim juntamente com ela, devido ao mesmo estímulo que gerou a raiva.
Afirmar que está com sede por causa do seu hipotálamo é incorreto, pois sentir sede é devido a uma privação de água. No entanto, não afirmamos que o hipotálamo não existe ou algo do tipo, nós apenas entendemos que a privação de água é a causa de sua sede, e que o hipotálamo reconheceu a privação e respondeu de forma a fazer com que você sentisse sede.
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Conclusão
Ao concluir, é evidente que, embora o behaviorismo enfrente críticas válidas quanto à sua abordagem tratável para fenômenos psicológicos, ele trouxe avanços consideráveis sobre como encaramos e modificamos o comportamento humano. Através de sua evolução e integração em abordagens modernas, fica claro que colocações redutivistas são atenuáveis por novas descobertas e métodos integrativos.
A ciência do comportamento continua oferecendo alicerce valioso para ciência psicológica embasada em evidências, mas esta deve seguir dialogando e integrando outras abordagens que incorporam aspectos intrínsecos do ser humano, oferecendo assim terapias mais completas e personalizadas.
Perguntas Frequentes
O que é o behaviorismo?
É a filosofia da ciência da análise do comportamento.
Por que o behaviorismo é considerado reducionista?
Ele é considerado reducionista porque, segundo críticos, ele simplifica a complexidade da mente humana ao focar apenas no comportamento observável e negligenciar processos mentais internos.
O behaviorismo considera fatores biológicos?
Ele reconhece a influência biológica, mas enfatiza a importância das interações entre comportamento e ambiente, integrando esses fatores em sua análise.