Introdução
B.F. Skinner, um dos psicólogos mais influentes do século XX, desenvolveu a Teoria do Condicionamento Operante, que explica como os comportamentos são moldados pelas consequências que os seguem. Diferente do condicionamento clássico de Pavlov, que se baseia em associações automáticas entre estímulos, o condicionamento operante foca nas ações voluntárias e no efeito que as consequências exercem sobre a probabilidade de um comportamento ocorrer novamente.
O que é o Condicionamento Operante?
O condicionamento operante é um processo de aprendizagem no qual os comportamentos são fortalecidos ou enfraquecidos dependendo das suas consequências. Levando em consideração que na análise do comportamento, a noção de causalidade é sempre mantida. Causalidade é o processo e a noção de que o comportamento é sempre ocasionado por um estímulo antecedente ao comportamento, e esse comportamento gera uma consequência. Desse modo, Skinner identificou quatro tipos principais de consequências que influenciam o comportamento:
Reforço Positivo: A adição de um estímulo no ambiente que é agradável ao indivíduo mas pode ou não ser bom para ele, após um comportamento aumenta a probabilidade de que ele se repita. Exemplo: um aluno recebe elogios por responder corretamente a uma pergunta e, assim, se sente motivado a participar mais das aulas e provavelmente responderá mais perguntas.
Reforço Negativo: A remoção de um estímulo aversivo aumenta a probabilidade de um comportamento ocorrer novamente. Exemplo: um motorista coloca o cinto de segurança para evitar o som irritante do alarme do carro.
Punição: Pode ser dividida em punição positiva e negativa. A punição positiva envolve a apresentação ou adição de um estímulo aversivo para reduzir um comportamento (exemplo: uma multa por excesso de velocidade).
Provavelmente esse indivíduo reduzirá o comportamento de acelerar demais com o veiculo. Já a punição negativa consiste na retirada de um estímulo agradável para diminuir um comportamento (exemplo: um adolescente perde o direito de usar o celular por não cumprir suas responsabilidades).
Vale ressaltar que a punição muitas vezes não é o melhor caminho para reduzir comportamentos mal vistos socialmente, devido à um estudo sobre controle aversivo, que trataremos em outros artigos. Então fique ligado!
Reforço Natural X Reforço Arbitrário
Você sabia que existem dois tipos de reforçadores ?
O reforço natural ocorre quando o próprio indivíduo se reforça por uma ação feita, não dependendo de algo externo, por exemplo, um homem caminha pelo parque todos os dias de manhã e é reforçado por sentir-se bem após a caminhada.
O reforço arbitrário é o reforço que depende de algo externo para ocorrer, vamos usar de exemplo o mesmo homem que caminha todos os dias de manhã, se ele caminhasse de manhã e postasse no Instagram suas conquistas e metas, as pessoas que o seguem iriam reforçar seu comportamento de treino matinal. Dessa forma, conseguimos entender a diferença entre os dois tipos de reforço.
Extinção Operante e Resistência a Extinção
Aprendemos o que é reforço e condicionamento operante, mas e extinção operante?
É muito de boa! Quando estamos expostos a reforçadores, a extinção operante pode ocorrer, e cessar nosso reforçador. A extinção operante é uma consequência em que o acesso de reforçadores é extinguida, ou seja, é bloqueada ou suspensa.
Exemplo, um aluno de uma escola usa seu celular durante a aula e no recreio, porém com um novo decreto, é proibido o uso de celulares nas escolas. Esse é um excelente exemplo de extinção operante, pois o acesso ao celular (reforçador) é suspenso, assim o comportamento tende a diminuir.
Ok, entendi, mas e resistência a extinção?
A resistência a extinção ocorre quando um indivíduo continua tentando se comportar com a Extinção presente no ambiente, em um exemplo prático, seria o aluno que tenta usar o celular mesmo sendo proibido. É o quanto a pessoa ainda tenta acessar o reforçador suspenso.
Aplicações do Condicionamento Operante
A teoria de Skinner tem ampla aplicação em diversas áreas, incluindo educação, psicoterapia e ambientes organizacionais. Na educação, professores utilizam reforço positivo para incentivar bons hábitos de estudo ou uso de punição para reduzir comportamentos.
Na psicoterapia, técnicas baseadas em reforço ajudam no tratamento de transtornos, como o autismo. Muita das técnicas são realizadas com o uso de reforçadores para aumentar a ocorrência de um comportamento socialmente relevante, como dividir brinquedos ou manter a atenção enquanto o outro está conversando com você.
Já no ambiente corporativo, programas de recompensa são usados para aumentar a produtividade dos funcionários.
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Considerações Finais
Graças ao condicionamento operante, a aprendizagem pela consequência é um processo fundamental para o desenvolvimento humano e a modificação do comportamento. Compreender como as consequências moldam nossas ações nos permite criar ambientes mais favoráveis para a aprendizagem e a mudança comportamental. A teoria de Skinner continua sendo uma referência essencial para psicólogos, educadores e profissionais que trabalham com o comportamento humano.
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Perguntas Frequentes
O que é o condicionamento operante?
O condicionamento operante é um processo de aprendizagem no qual os comportamentos são fortalecidos ou enfraquecidos com base nas consequências que os seguem. Se uma ação gera uma consequência agradável, ela tende a se repetir; se gera uma consequência desagradável, tende a diminuir.
Qual a diferença entre condicionamento operante e condicionamento clássico?
O condicionamento clássico, de Pavlov, envolve associações automáticas entre estímulos (por exemplo, um cão salivando ao ouvir o som de um sino associado à comida). Já o condicionamento operante, de Skinner, foca no comportamento voluntário e em como as consequências afetam sua recorrência.
Qual a diferença entre punição positiva e punição negativa?
Punição Positiva: Adicionar um estímulo aversivo para diminuir um comportamento (exemplo: levar uma multa por excesso de velocidade).
Punição Negativa: Remover um estímulo agradável para reduzir um comportamento (exemplo: um adolescente perder o celular por não cumprir suas responsabilidades).
