Introdução: Extinção Operante
A extinção operante é um conceito fundamental na psicologia comportamental, derivado dos princípios do condicionamento operante propostos por B.F. Skinner. Este processo ocorre quando um comportamento previamente reforçado deixa de ser seguido por suas consequências reforçadoras, resultando na diminuição gradual ou cessação desse comportamento. Ou seja, ocorre uma supressão do reforço.
Por exemplo, se uma criança que costumava receber atenção (reforço) ao fazer birras para ganhar um brinquedo deixa de ser atendida pelos pais, é provável que as birras diminuam com o tempo.
No entanto, a resistência à extinção refere-se à persistência de um comportamento mesmo após a remoção do reforço. Alguns comportamentos continuam ocorrendo por longos períodos antes de desaparecerem completamente.
Essa resistência é influenciada por fatores como histórico de reforçamento e contexto ambiental. Entender esses elementos é crucial para intervenções comportamentais eficazes em contextos clínicos, educacionais e organizacionais.
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Resistência à Extinção: Por Que Alguns Comportamentos Persistem?
A resistência à extinção não é aleatória; está ligada a variáveis específicas que determinam por que certos comportamentos são mais difíceis de extinguir:
Histórico de Reforçamento Intermitente:
Comportamentos mantidos por esquemas de reforço intermitente (ex.: reforçados apenas ocasionalmente) tendem a ser mais resistentes à extinção do que aqueles reforçados continuamente. Por exemplo, um jogador que ocasionalmente ganha em uma máquina caça-níqueis pode persistir no jogo mesmo após longas sequências de perdas, devido à expectativa de uma eventual recompensa.
Magnitude e Qualidade do Reforço:
Reforços mais intensos ou altamente valorizados (ex.: comida saborosa para alguém com fome) geram maior resistência à extinção quando removidos.
Histórico de Privação:
Se um organismo experimentou privação prolongada antes do treino (ex.: um animal privado de comida), o comportamento associado ao acesso ao recurso será mais persistente durante a extinção.
Fator que Influencia a Resistência à Extinção
Além das variáveis acima, outro fator merece destaque:
Duração do Treino com Reforço:
Quanto mais longo o período em que um comportamento foi reforçado, maior será sua resistência à extinção. Exemplo: Um cachorro treinado por anos para sentar em troca de petiscos pode continuar executando o comando mesmo sem receber recompensas imediatas.
Modelagem (Shaping): Moldando Comportamentos Complexos
A modelagem é uma técnica comportamental que envolve o reforço sucessivo de aproximações graduais até que o comportamento desejado seja alcançado. Esse método é essencial para ensinar habilidades complexas ou novos padrões comportamentais. Mas afinal, como funciona?
1 – O terapeuta identifica um objetivo final (ex.: ensinar uma criança autista a escovar os dentes).
2 – Cada pequeno passo em direção ao objetivo é reforçado (ex.: segurar a escova, colocar a pasta, etc.).
3 – Comportamentos anteriores são gradualmente extinguidos à medida que novos passos são exigidos.
A modelagem está intimamente ligada aos conceitos de extinção e resistência, pois envolve extinguir respostas menos precisas enquanto se fortalecem versões mais refinadas do comportamento.
Falaremos de modelagem melhor em outro artigo!
Aplicações Práticas dos Conceitos
No dia a dia: Quem nunca se deparou com uma extinção operante? Por exemplo, usar o celular para navegar nas redes sociais, mas a internet não colaborou e você desistiu de acessar seu Insta.
Educação: Professores podem usar modelagem para incentivar participação ou combater comportamentos disruptivos ajustando esquemas de reforço.
Treino Animal: Adestradores utilizam modelagem para ensinar tarefas complexas como guiar cães para resgate.
Perguntas Frequentes
O que é extinção operante?
É o processo pelo qual um comportamento previamente reforçado diminui quando suas consequências são removidas. Exemplo: Ignorar gritos persistentes até que cessem.
A resistência à extinção é sempre negativa?
Não Em contextos como perseverança acadêmica ou esportiva, essa resistência pode ser adaptativa. O problema surge quando comportamentos mal-adaptativos persistem (ex.: vícios)
Modelagem só funciona com animais?
Não. É amplamente usada em humanos, desde educação infantil até treino corporativo. A tecnologia também aplica modelagem via algoritmos de IA que “aprendem” através de tentativa e erro.
